Resenha: Lua Cheia de Antonio Muñoz Molina.

sexta-feira, junho 06, 2014

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     Agora vejo que fui uma grande idiota ao considerar esse livro como um "Romance Policial", não que não tenha romance e investigações, mas vai além disso, tão além que hoje a resenha vai ser diferente.

A obra é de: Antonio Muñoz Molina, que sem descrições padrões pode ser considerado (por mim) o cara! 
A editora é: Companhia das Letras.
O livro contém 415 páginas, muita emoção, decepção, olhos atentos e mentes semi-vazias, prontas para se completarem com essa bela trama, não tão bela assim.

"O policial procura sem descanso um rosto na multidão. Um rosto e um par de olhos impunes que devem ocultar algum vestígio do  crime. No fundo de cada pupila, procura qualquer mínimo reflexo desse crime obscuro e imenso como a noite. Um crime como as velhas noites de medo, carregadas de histórias arrepiantes que agora ressuscitam dominadas pela sobra de um monstro, de um fantasma como os atributos absolutos da crueldade e do terror.
Mas todos sabem, na cidade, que não se trata de um espectro de filme em preto-e-branco, nem de um dos tenebrosos ladrões de crianças das lendas de antigamente. Trata-se de uma pessoa idêntica às outras, solúvel no rosto anônimo da cidade, oculta entre seus semelhantes. Um rosto como outro qualquer, tão reconhecível como aquele que por vezes surpreende o policial diante do espelho."

     Antonio Muñoz escreveu esta obra com um dom quase não encontrado em muitos escritores, ao ler esta história eu conseguia examinar cada personagem no profundo de sua alma, muitas vezes, sem saber o seu nome.
     A história é baseada em um assunto totalmente clichê, um inspetor no final de sua carreira, é solicitado na investigação da morte de uma criança em uma cidade impossível de se encontrar suspeitos, daí realmente começa a história, o inspetor quase ateu, se vê aplicando os ensinamentos repassados à ele por um padre, que dizia que o olho era o espelho da alma. Em sua busca incessante pelo assassino, procurando olhares em todos os cantos da cidade, o inspetor encontra sua própria alma, suja e varrida pelo tempo, sem identidade, triste e monótoma, nesse mesmo intervalo de tempo aparece em sua vida a professora da criança assassinada, que por força do acaso, desperta no inspetor, um sentimento de adolescente, o inspetor se vê um traidor, pois tem esposa, mas mesmo assim se entrega ao amor da professora, e não pensem que a história é só traição e assassinatos, vai muito além disso. 
     E eu não vou contar tudo que quero porque senão perde a graça né? Meus dedos estão coçando para examinar toda a história e repassar pra vocês até o livro completo! Mas seria muita covardia minha isso, leiam e se surpreendam!
     História dedicada a todos os amantes de uma boa narração, uma ótima história e um fim de deixar a boca aberta...


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